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Carioca nota 10: Mestre Ferradura
À frente de organização que prepara e certifica novos professores, mestre de capoeira oferece aulas gratuitas a moradores em situação de rua
O berimbau é um dos elementos cruciais da capoeira. Ele comanda a roda, dita o ritmo e o estilo de jogo. Ao produzir diferentes texturas de sons, o instrumento guia movimentos precisos de ataque, defesa e esquiva. Para jogar capoeira, é preciso ter desenvoltura e habilidade, sim, mas não é só isso que está em jogo. Misturando elementos de luta, dança e música, a modalidade promove a interação social, melhora a autoestima e evidencia a importância da defesa — e não do ataque. Apostando nesses valores, Omri Breda, mais conhecido como Mestre Ferradura, 44 anos, criou, há dois anos, o projeto Capoeira de Rua, dedicado à população sem teto do Rio.
“Pela sua própria natureza, o olho no olho, o contato físico, a integração com o grupo, a relação com a música, com a religiosidade e a cultura negra, a capoeira faz com que essas pessoas se sintam menos invisíveis dentro da nossa sociedade”, diz o mestre, à frente do Instituto Brasileiro de Capoeira-Educação, organização que prepara e certifica novos professores.
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Mestre Ferradura: “Capoeira ajuda a fazer com que algumas pessoas se sintam menos invisíveis dentro da nossa sociedade” Leo Lemos/Veja Rio
As aulas acontecem três vezes por semana, logo após o café da manhã oferecido pelo Projeto Voar.
Às segundas, o encontro é no Aterro do Flamengo; às quartas, na Praça São Salvador; e às quintas, na Praça Paris. Por dia, cerca de quinze pessoas costumam frequentar as rodas, e a ideia do Mestre Ferradura é ir muito além da atividade recreativa:
“Busco fazer com que os alunos sintam que são capoeiristas e que podem se apropriar disso para buscar novas oportunidades”.
Está dando certo. Dois alunos do projeto, ex-moradores de rua, já conseguiram reestruturar a vida depois que entraram na capoeira. O professor também dá aulas para crianças do Instituto Benjamin Constant e jovens do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) e faz parte do grupo Gingando pela Paz, que desenvolve ações em diversos países, como o Congo e o Haiti.
No caso do Capoeira de Rua, mais seis voluntários se revezam no comando das aulas, que acabam de ganhar mais um ponto na cidade, o Museu de Arte Moderna.
Fonte: https://vejario.abril.com.br/cidade/capoeirista-aulas-populacao-situacao-rua/
Mais:
“Responsabilidade Social” é um programa da TV ALERJ voltado à projetos que fazem a diferença no Rio de Janeiro.
Na última semana o programa focou nos projetos realizados na rua, especialmente o Yoga de Rua. Como parceiro, o @capoeiraderua1 também entrou na dança!
“Responsabilidade Social”
Ver também:
https://portalcapoeira.com/tag/ferradura/
https://capoeirariodejaneiro.com.br/
https://brincadeiradeangola.com.br/
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