“Dark Souls brasileiro” baseado na Idade Média Histórica conta com personagem lutador de capoeira
“Existe uma visão extremamente ignorante e preconceituosa de que os povos africanos eram todos ‘bárbaros’ ou de nível tecnológico baixo”, comentou o desenvolvedor.
O Trialforge Studio, do Rio de Janeiro, está desenvolvendo o game Deathbound, ainda sem prazo de lançamento.
O game, que na opinião do editor do Drops, Pedro Zambarda, se assemelha a um “Dark Souls brasileiro”, retrata um mundo com reinos variados, incluindo o reino de Sayabakn, baseado no continente africano e suas culturas, um rico material histórico usualmente esquecido nos jogos e na mídia pop em geral.
Entre os detalhes que chamam a atenção no projeto, o game conta com a presença de Mamdile Ogaté, personagem do reino de Sayabakn, do mundo de Ziêminal, que apresenta dinâmica de gameplay e jogabilidade inspirados na movimentação da capoeira, luta brasileira de grande destaque.
Os pacotes de animação da Mixamo, utilizados pela desenvolvedora exigem poucos ajustes e contavam com um set de animações de capoeira. “Quando começamos a pensar na narrativa do jogo, tomamos algumas decisões”, comentou Thiago Baptista, designer de narrativa e jogos, em bate papo exclusivo com o Drops de Jogos.
“Como na maioria dos projetos de jogo, as decisões surgiram primeiro como uma necessidade de gameplay. O Deathbound começou usando muitos pacotes de Assets prontos, inclusive de animação”, detalhou o desenvolvedor.
“Na nossa narrativa, Mamdile faz parte de uma Ordem de lutadores devotos da Deusa Morte, algo próximo aos monges shaolin, mas num contexto do Oeste africano. Eles treinam desde criança para transformar seus corpos em armas à serviço de sua Deusa e de sua Igreja”.
O jogo, de acordo com as definições do time de desenvolvedores, é menos baseado numa Idade Média fantástica e mais próxima de uma Idade Média histórica. “Mais precisamente a Alta Idade Média do Ocidente”, definiu Thiago, ex-estudante de História na UFF. “Existe uma visão extremamente ignorante e preconceituosa de que os povos africanos eram todos ‘bárbaros’ ou de nível tecnológico baixo, somente tribais”, enfatizou.
“Queríamos com os personagens de Sayabakn mudar um pouco essa visão, e resgatar a memória dos grandes impérios africanos. Mali foi um dos reinos mais ricos da história do planeta, por exemplo”, complementou, no bate papo.
Os produtores foram generosos e ofereceram ao Drops de Jogos dois vídeos exclusivos com a movimentação do herói do game, que seguem abaixo. Os vídeos foram exibidos durante a apresentação das informações do game no quadro Fala, Indie!, no programa News Games, da Rádio Geek.
Para acompanhar as novidades sobre a criação, basta seguir o estúdio Trialforge nas redes Facebook, Instagram e Twitter, ou seguir o desenvolvimento do projeto na plataforma Discord.
por Kao Tokio em 19 de fevereiro de 2020
Fonte: https://dropsdejogos.uai.com.br/
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